Cálculo da fundação de estações de telecomunicação com o método de Sulzberger (2ª parte).

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No artigo anterior tivemos oportunidade de explicar a aplicabilidade do método de Sulzberger (verificar a segurança de fundações de estruturas lineares verticais quando sujeitas a ações transversais), as classificações do solo existentes e ainda quais as metodologias utilizadas para obter as classificações ((1) Reconhecimento geológico do cabouco na abertura com meios mecânicos: (2) amostragem com trado manual e (3) ensaio DPSH).

Com este artigo pretendemos apresentar as classificações do solo obtidas, para dois sites, com recurso à (2) amostragem de solos com trado manual e (3) com a execução do ensaio com o penetrómetro dinâmico super pesado (DPSH)
PRIMEIRO SITE – Método de Sulzberger

O local de estudo do primeiro site era caracterizado pela presença de uma grande mancha de um granito porfiróide de grão grosseiro. Para caracterização do solo recorreu-se a um trado manual (Fotografia 2) tendo sido possível efetuar amostragens até aos 0.9 metros de profundidade (Fotografia 3) e ainda a um ensaio de penetração dinâmica super pesada (DPSH) tendo sido possível efetuar a penetração até aos 1,8 metros (Fotografia 1).  Os valores de N20 e qd (MPa) são apresentados na figura 1.

 

Fotografia 1| Penetrómetro dinâmico super pesado
Fotografia 3| Amostragem até aos 0,9 metros
Fotografia 2| Trado manual

 

Figura 1| Variação de N20 e qd no site 1
Com base nos dois métodos a classificação do tipo de solo obtida foi a mesma – D2 – Areia grossa e cascalho, com tensões admissíveis de 300 kPa (Quadro 1).
Quadro 1| Ajuste entre as condições geológicas-geotécnicas e o método de Sulzberger
SEGUNDO SITE – Método de Sulzberger

O local de estudo do segundo site era caracterizado pela presença de uma grande mancha de um granito porfiróide de grão médio a fino atravessado por extensos filões de quartzo. Para caracterização do solo recorreu-se a um trado manual tendo sido possível amostrar até aos 0,2 metros de profundidade e ainda a um ensaio de penetração dinâmica super pesada (DPSH) tendo sido possível efetuar ensaio até aos 0,8 metros. Os valores de N20 e qd (MPa) são apresentados na figura 2.

Fotografia 2| Penetrómetro dinâmico super pesado
Fotografia 1| Amostragem até aos 0,2 metros

 

 

 

 

Figura 2| Variação de N20 e qd no site 2
Com base nos dois métodos a classificação do tipo de solo obtida foi a mesma – D2 – Areia grossa e cascalho, com tensões admissíveis de 300 kPa (Quadro 1).
CONCLUSÕES – Método de Sulzberger

As observações realizadas através da inspeção visual da área envolvente ao local onde foram instaladas as torre de telecomunicações (site 1 e site 2), da informação obtida pelas amostras recolhidas com o trado manual e com os resultados N20 obtidos com o penetrómetro dinâmico super pesado, permitem concluir que o local de implantação apresenta aceitáveis características geotécnicas no que diz respeito aos parâmetros de resistência e deformabilidade a partir dos 2,0 metros.

Assim, e para ambientes graníticos com solos residuais e/ou maciço compacto, as duas metodologias podem ser aplicadas para determinar a classificação do solo.

Saudações geotecnicas!

Jorge Oliveira

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