O uso do georadar (GPR) para deteção de condutas de abastecimento de água no cadastro de redes

Artigo do Blog, Notícias

Os trabalhos de cadastro de redes de abastecimento de água lidam com vários dilemas, que abrangem as mais diversas etapas, principalmente em problemas que exijam uma investigação do subsolo, tais como: mapeamento de condutas enterradas, caracterização de caixas de manobra enterradas, etc. Com o desenvolvimento da tecnologia, surgiu um novo método de investigação indireta, não destrutivo, o GPR ou Georadar. O método consiste na emissão, através de uma antena transmissora, de ondas eletromagnéticas que se propagam na subsuperfície. Essas ondas, cuja frequência varia, sofrem reflexão e refração sendo então captadas por uma antena recetora. Os perfis de reflexão, denominados radargramas, são obtidos movendo-se a antena, a uma velocidade constante.

Figura 1 – Exemplo de radargrama executado perpendicularmente ao andamento da infraestrutura a detetar.
Figura 2 – Exemplo de radargrama onde é detetada uma caixa de manobras enterrada.
Cadastro de infraestruturas
Figura 3 – Marcação in situ da localização das diferentes condutas e componentes detetados.
As profundidades de investigação e a resolução do método dependem das propriedades elétricas e magnéticas do meio atravessado. A resolução depende do comprimento da onda eletromagnética que se propaga no terreno e a profundidade de investigação.

São apresentados exemplos de aplicações utilizados para diferentes trabalhos desenvolvidos pela Sinergeo. Os resultados obtidos na aplicação do GPR mostram que este equipamento é adequado para detetar condutas de diferentes tipologias. O equipamento utilizado para aquisição dos dados foi o GPR da MALÅ Geoscience com as antenas blindadas de 500 MHz, 800 MHz. Os radargramas obtidos foram processados com o software RAMAC GroundVision. O trabalho desenvolvido permitiu um acumular de conhecimento acerca deste equipamento e assim garantir a sua eficácia num conjunto alargado de aplicações práticas.

Exemplos de radargramas obtidos com o georadar

Figura 4 – Radargrama onde se assinala a presença de 3 condutas adutoras em fibrocimento, enterradas a aproximadamente 1,5 metros de profundidade. É possível verificar que as condutas se encontram em carga
Figura 5 – Radargrama onde se assinala a presença de 1 condutas em PEAD em carga. (1) Perfil transversal à conduta;
Figura 5 – Radargrama onde se assinala a presença de 1 condutas em PEAD em carga. (2) perfil longitudinal ao andamento da conduta previamente detetado.
Figura 6 – Radargrama onde se assinala a presença de 2 condutas em PEAD em carga enterradas na mesma vala. Afastamento de 3 metros entre cada perfil.
Figura 7 – Radargrama onde se deteta um antigo caneiro de água subterrânea.

 

João Azevedo – Geólogo

Post anterior
O uso do georadar como ferramenta geofísica não destrutiva
Próximo post
Avaliação da vulnerabilidade da água subterrânea à poluição através do método DRASTIC