A Humanidade, desde a sua origem, utiliza de forma mais ou menos sistemática os recursos naturais da Terra.
A diferente utilização dos recursos naturais, de forma sistemática, é uma das marcas distintivas da nossa sociedade e pauta a sua evolução. Desde tempos imemoriais que o Humanidade toma vantagem dos recursos naturais do Planeta Terra. De facto foi longo o percurso que nos trouxe desde a pedra lascada até ao actual estádio de desenvolvimento tecnológico.
O desenvolvimento tecnológico ocorreu porque houve acesso às matérias-primas chave. De modo a que houvesse matéria-prima disponível, tiveram de ser definidas fontes seguras para o seu abastecimento.
No entanto os recursos minerais existem dentro de um dado Território, mais ou menos conhecido e sempre finito.
O conhecimento do Território é uma condição fundamental para um pleno aproveitamento do seu potencial em recursos naturais.
A Geologia, por definição e em sentido lato, fornece as ferramentas-chave para a prospecção de recursos minerais mas, nem só para a directa aplicação na prospecção de recursos minerais podem e devem ser utilizadas as ferramentas desenvolvidas com esse fim primacial. Podem e devem ser dados contributos importantes no que ao Ordenamento do Território diz respeito.
Tomemos como exemplo a prospecção por métodos geofísicos. O desenvolvimento destes métodos teve como objectivo a detecção de anomalias subterrâneas, atribuíveis à presença de depósitos minerais (minério) ou águas subterrâneas. É possível, com a utilização de técnicas mais ou menos consagradas (sísmica, eléctrica, electromagnética, gravimetria etc.) obter uma “imagem” do subsolo. Essa mesma pode ser utilizada para distintos fins: detecção de tubagens, caracterização geotécnica, detecção de vestígios arqueológicos etc.
No limite, poderá ser antevista a utilização destas técnicas em ambiente urbano, com os benefícios óbvios no que ao planeamento diz respeito, visto tratar-se em grande parte de técnicas não invasivas.
(Continua)
Geólogo e sócio-gerente da Sinergeo