Depois do furo feito, o recém proprietário é assaltado por muitas dúvidas e questões:
- Quanta água posso tirar do meu furo?
- Qual a bomba a instalar?
- A que profundidade deve ser instalada a bomba?
- Quantas horas por dia posso bombear água?
Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas..
Como já analisado no anterior artigo do blog, a análise dos perfis de electrorresistividade conjuntamente com métodos cartográficos permite, portanto, a definição do local mais propício (e da profundidade estimada) para a execução do furo de pesquisa de água subterrânea.
Resta “apenas” a execução do furo. A execução do furo de pesquisa deverá ser acompanhada, sempre que possível, por um geólogo.
A medição contínua dos caudais por “air lift” fornece os dados preliminares de produtividade da captação.
Desta forma pode ser detectada a profundidade dos aquíferos mais produtivos, devendo aí ser colocados os drenos ou tubos ralo.
A correcta colocação dos drenos é um factor decisivo para a maximização da produtividade da captação (ver anterior artigo do blog).
A medição dos caudais, durante a execução do furo de pesquisa permite obter o caudal, apenas de forma aproximada.
Para que seja obtido o caudal de exploração é necessária a execução de um ensaio de caudal e sua interpretação. A interpretação de um ensaio de caudal visa a determinação dos parâmetros hidráulicos do aquífero nas imediações da captação e do comportamento desta em função das condições da sua exploração.
Através desses parâmetros é possível (1) dimensionar o regime de extracção de água, (2) seleccionar o equipamento de bombagem, (3) determinar a profundidade de colocação equipamento de bombagem e (4) posicionamento das sondas de nível, (5) determinação do caudal óptimo de exploração e dos rebaixamentos do nível piezométrico e (6) eventual dimensionamento de tanques de armazenamento.
Assim, é possível obter o máximo rendimento da captação, prolongando a sua vida útil.
Geólogo e sócio gerente da Sinergeo